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Balanço da Campanha da Batata 2019

A chuva não impediu a presença dos participantes que encheram por completo a sala, onde decorreu no dia 26 de Novembro na ESA de Santarém mais uma edição do Balanço da Campanha da Batata 2019, um evento anual dedicado à batata, dinamizado pelo COTHN com a parceria da Porbatata.
A sessão começou com a apresentação de resultados de trabalhos de investigação dos Grupos Operacionais com as parcerias entre o INIAV, ESAS, Agromais e COTHN: o Hortinf onde se pretende estudar os efeitos do uso de vários herbicidas para controle de infestantes na produtividade e calibre da batata; e o Mais Solo que pretende encontrar alternativas à luta química, verificando proporção relativa de diferentes grupos de nemátodes de um solo, podendo estes serem utilizados como bioindicadores, com resultados preliminares que podem conduzir a uma alteração da composição da nematofauna do solo, que se pode traduzir num aumento de nemátodes benéficos e num aumento da decomposição da matéria orgânica e da mineralização de carbono e azoto. Foram ainda divulgados resultados de ensaios sobre variedades de batata, com resistência aos nemátodes dos quistos Globodera rostochiensis e Globodera pallida.
Na batata de fresco Fábio Martins da Calcob, CRL, fez o balanço da campanha sob o aspecto agronómico, referindo que o ano decorreu normalmente. Ao contrário do resto da Europa o clima foi favorável à cultura, havendo poucos problemas fitossanitarios e registando produtividades médias na ordem das 35-40 t/ha, referiu ainda que o mercado do fresco inicialmente foi aliciante mas que se tornou instável, por pressão da batata de Espanha e França.
Ana Ferraz da SIA – Aperitivos, falou do sector da batata de indústria, referindo que a campanha de Verão que normalmente começa a 15 de maio e termina a 15 de setembro, este ano foi prolongada até 19 de Outubro com batata nacional. Das 52.000 t de batata fresca processada em 2019, 48 % são inteiramente nacionais. O ano agrícola foi favorável para a cultura da batata e os problemas a registar foram poucos, como é o caso de calibres irregulares, baixo teor em matéria seca e alguns defeitos externos. Os desafios colocados a produção são encontrar novas variedades com ciclos mais curtos e melhor adaptadas as alterações climáticas, tendo sempre atenção às pragas de quarentena. Para a indústria os desafios são além de manter ou se possível aumentar a produção (aumento da recepção de batata nacional) criar novos produtos, reduzir o teor de sal, mudar a fritura de palma para girassol auto-oleíco, melhorando os processos de fritura (redução da acrilamida).
A incerteza do sucesso da cultura da batata, tem crescido nas últimas campanhas, cada vez mais a produção se debate com questões que já não são só inerentes a questões agronómicas, as alterações climáticas e acima de tudo as questões de mercado, são os maiores desafios dos próximos anos para o sector, pelo que, nunca fez tanto sentido a cooperação e as parcerias como agora.