Nesta edição falamos com Sérgio Margaço, fundador e responsável pela empresa Advice.AgriBusiness, sediada no distrito de Setúbal e que representa em Portugal a STET – multinacional holandesa, obtentora, multiplicadora e comercializadora de dezenas de variedades de batata-semente para os vários segmentos de mercado, seja fresco ou seja indústria (palitos e rodelas).
Porbatata: Como começou a sua relação com as batatas? E como surgiu a Advice.Agribusiness?
Advice.AgriBusiness: O meu pai era produtor de batata, pelo que a minha relação com as actividades agrícolas e com a batata, começou desde muito cedo. Quando estava a terminar a licenciatura em Engenharia Agrícola na Universidade de Évora, fui convidado para integrar um projecto europeu de investigação em genética e melhoramento na área dos cereais, o qual declinei, porque a minha prioridade era desenvolver a actividade profissional mais relacionada com a horticultura e foi assim que colaborei em funções técnicas e de direcção em várias empresas ligadas ao sector da batata e de hortícolas, na produção, na normalização e na comercialização.
Em 2012, criámos a Advice.AgriBusiness*, para desenvolver actividades de consultoria para empresas e outras entidades relacionadas com a produção e agro-indústria (* esta designação da empresa, significa assessoria em agronegócio). Em 2015, a Advice.AgriBusiness, focou-se na representação comercial de batata-semente e de sementes de hortícolas. É então, iniciada a colaboração com a STET, graças à experiência mutuamente reconhecida, no sector da batata. Salientamos que não comercializamos batata para consumo porque estamos concentrados na batata-semente.
Porbatata: Que tipo de produtos são comercializados pela Advice.AgriBusiness? Quais são os Vossos principais mercados/clientes?
Advice.AgriBusiness: Somos responsáveis pela comercialização em Portugal das variedades de batata-semente da STET, assim como também comercializamos algumas variedades de batata-semente biológica (ex., a Triplo). A batata-semente chega até aos produtores através da rede de distribuidores com quem estamos a colaborar em Portugal, assim como através de centrais e OP’s que estabelecem programas de produção com os seus produtores e que escoam a produção para mercado nacional e exportação – tanto no fresco como na indústria. Temos desenvolvido a nossa actividade, com boas parcerias, inclusive com vários associados da PORBATATA. Paralelamente, também temos outras representações para Portugal, Espanha, PALOP’s e para outros países (dependendo dos produtos), de sementes de hortícolas e aromáticas para produtores profissionais, assim como de equipamentos e máquinas fabricados pela empresa dinamarquesa SKALS e que se destinam à calibragem, limpeza e/ou lavagem, selecção de batata, beterraba, cebola, cenoura, etc..
Porbatata: Quais as perspectivas de futuro para a Advice.AgriBusiness? E para o sector da batata?
Advice.AgriBusiness: A Advice.AgriBusiness pretende continuar uma trajectória de crescimento sustentável e que se baseia na promoção dos produtos-chave que acreditamos possam trazer mais-valias ao sector, desde as variedades com ciclos mais curtos que permitem antecipar a entrada no mercado, as variedades com aptidão para cultivo na época quente (a STET é uma empresa com provas dadas em países africanos, Médio Oriente, Mediterrâneo, América Latina e no Sudoeste Asiático), a qualidade intrínseca (culinária ou industrial) e extrínseca (apresentação), capacidade de conservação, etc.
Na nossa visão, o sector continuará em forte crescimento nos segmentos relacionados com a batata para fritar, a nível de indústria e restauração. Porém, é necessário reflectir sobre os outros segmentos de mercado, ao nível de outras utilizações culinárias, pois esses segmentos no seu conjunto, serão o grande desafio do consumo da batata nos próximos anos.
Porbatata: O que espera de uma Associação como a Porbatata?
Advice.AgriBusiness: É muito importante a existência de uma entidade que possa dialogar com todos os organismos directa ou indirectamente relacionados com o sector, seja a nível nacional ou internacional, para uma adequada representação e “defesa” dos interesses dos seus associados actuais e de novos que se venham juntar.
Fazemos votos de que a PORBATATA continue a sua missão por muitos e bons anos. Da nossa parte, mantém-se a promessa de apoio na medida dos nossos recursos disponíveis, conforme temos feito desde o seu início.
Sérgio Margaço