A AGROMAIS é a maior organização de produtores de cereais, batata, fruta e hortícolas de Portugal, com mais de 30 anos de atividade, continuando a ser uma entidade de referência no estabelecimento de parcerias com os agricultores, ao promover as suas atividades, ao valorizar as suas produções e ao contribuir para o desenvolvimento das comunidades onde se inserem e dos territórios onde está presente.
Porbatata: Como começou a sua relação com as batatas? E como surgiu a Agromais?
Agromais: Nos anos 80, o milho era a cultura dominante em grande parte da região do norte do vale do Tejo. A armazenagem e comercialização de cereais eram monopólios da EPAC, o que fazia com que a atividade comercial do sector cerealífero não existisse. Com a adesão de Portugal à, então, CEE, este cenário mudou e foi, assim, necessário organizar a produção. Foi neste contexto que surgiu a AGROMAIS em 1987. Num esforço conjunto dos produtores da região, criaram-se estruturas de secagem e armazenagem coletivas, constituiu-se uma equipa de apoio técnico de campo e profissionalizou-se a comercialização da produção, tudo isto em simultâneo com a formação profissional dos empresários agrícolas, que aderiram, em massa, ao projeto.
Em finais da década de 80, a AGROMAIS era já a maior cooperativa de cereais do país.
Com o aumento dos custos de produção e a baixa do preço do milho e do trigo houve necessidade de procurar culturas alternativas tais como brócolo, abóbora, tomate, pimento, ervilha, fava, cebola, cevada para a indústria cervejeira e milho para pipocas. A batata de indústria surge na AGROMAIS em 1992, inserida nesta estratégia de diversificação.
Porbatata: Que tipo de produtos são comercializados pela Agromais? Quais são os Vossos principais mercados/clientes?
Agromais: O core business da AGROMAIS é, ainda, o milho, com um peso de cerca de 60% do volume de negócios. Os restantes cereais (milho para pipocas, trigos e cevada para a indústria cervejeira), o tomate para indústria, a batata para indústria, a cebola e o pimento são os produtos com maior expressão na nossa atividade. O mercado nacional é, ainda, o principal destino dos nossos produtos, embora a exportação, inclusivamente na área do milho, comece a ter uma importância acrescida.
Porbatata: Quais as perspetivas de futuro para a Agromais? E para o sector da batata?
Agromais: A AGROMAIS, juntamente com produtores da região, está neste momento a dinamizar a instalação de áreas importantes de pomares de nogueiras, por forma a incluir os frutos secos no seu portfolio de produtos. Trata-se de uma área de produção e de negócio com um potencial muito interessante, não só em termos da ocupação cultural da nossa região, como também em termos da sua importância na dieta alimentar e nos novos hábitos de consumo.
O setor da batata é um setor fortemente consolidado dentro do universo da AGROMAIS e as perspetivas, quer comerciais, quer em termos de produção, são francamente positivas.
Porbatata: O que espera de uma Associação como a Porbatata?
Agromais: A PORBATATA tem, no entender da AGROMAIS, a enorme virtude, de exercer praticamente o papel de uma inter-profissional, situação rara e excecional no panorama português, o que lhe confere uma enorme vantagem como promotora de diálogo e de discussão entre todos os intervenientes na fileira.
Jorge Durão Neves – Diretor Geral da Agromais