A Borrego Leonor & Irmão, S.A. é a líder nacional de fatores de produção para a agricultura, com um volume de negócios em 2020 superior a 30 milhões de euros. A empresa tem as suas instalações principais na zona industrial de Almeirim, inauguradas em 2020, dispondo ainda de três lojas, duas em Almeirim e outra em Salvaterra de Magos.
A empresa é liderada por Paula Borrego Leonor, economista e presidente do Conselho de Administração da Borrego Leonor e Irmão há 10 anos.
Como começou a sua relação com as batatas?
Eu tive uma infância muito vivida no campo, junto da minha mãe que era agricultora, tendo desde muito cedo contactado com várias culturas, nomeadamente a batata. Ainda me recordo de me levantar muito cedo, antes do nascer do sol, e ajudar os meus pais na colheita da batata. Nas minhas férias escolares participava na vindima e na apanha do tomate. Mais crescida, a empresa comercializava desde o seu início batatas e vendi muitas sacas ao balcão!
E como começou a Borrego Leonor?
A Borrego Leonor e Irmão começou em 1968 com a visão do meu pai Joaquim Borrego Leonor e do meu tio da necessidade de uma empresa que apoiasse na altura os pequenos agricultores. Na realidade, o meu pai antes da constituição da empresa já vendia produtos fitofármacos porta-a-porta.
Que tipo de produtos são comercializados pela Borrego Leonor?
Vendemos todos os fatores de produção para a agricultura, especialmente fertilizantes, produtos fitofármacos e sementes, incluindo obviamente batata-semente. Somos distribuidores líderes nacionais das maiores empresas nacionais e multinacionais, e estamos no top 10 ibérico.
Quais são os vossos principais mercados/clientes?
O nosso mercado essencial é o Ribatejo e os seus produtores de referência. Muitos deles têm explorações noutros locais do país e atuamos assim, na quase totalidade, na zona do Ribatejo e Alentejo. Felizmente, os nossos clientes são bastante diversificados e temos relações excelentes desde os maiores produtores agrícolas nacionais ao pequeno agricultor. É nessa diversidade aliada à nossa equipa comercial e de vendas, assim como a nossa excelente logística, que reside a nossa força.
Quais as perspetivas de futuro para a Borrego Leonor?
A Borrego Leonor espera continuar a liderar através da sua postura e valores éticos que coloca nas suas relações com todos os parceiros, clientes, fornecedores e banca. O futuro tem desafios que se colocam quanto à sustentabilidade ambiental e económica de toda a cadeia de valor da agricultura e teremos de estar preparados para mudar o nosso modelo de negócio. Isto só se consegue com formação da equipa da empresa e equilíbrio geracional e de género, o que dispomos na empresa.
Quais as perspetivas futuras para o setor da Batata?
A pandemia COVID-19 veio introduzir grandes indefinições, mas que também se podem tornar em oportunidades. A redução do canal HORECA veio colocar pressão sobre os produtores, mas que aparentemente estão a ser recuperados os preços da batata no mercado nacional. Esperamos que o processo de vacinação se complete rapidamente a nível nacional e internacional para se poder abrir novamente o turismo. A procura de batata a nível europeu continua a existir e poderá ser uma oportunidade interessante para os produtores nacionais.
Na sua opinião quais serão as mais valias da marca coletiva Miss Tata para o sector?
Qualidade e visibilidade. Se conseguirmos transmitir para o mercado e consumidores a qualidade da batata produzida nacionalmente poderemos ajudar a valorizar o produto. Não faz sentido nos dias de hoje existirem tantas preocupações ambientais, incluindo pegada carbónica, e estar a consumir batata importada. A produção da batata em Portugal é amiga do ambiente e realizada de forma responsável, e essa mensagem tem de chegar ao público.
O que espera de uma associação como a Porbatata?
Muitos dos problemas dos produtores nacionais resulta da sua falta de agregação em entidades que os defendam realmente. A Porbatata tem o imperativo de promoção no país e, especialmente no estrangeiro, que possa afirmar a qualidade da batata portuguesa aumentando as exportações nacionais. Claramente temos de apostar no mercado de qualidade e defender os nossos agricultores relativamente ao preço pago ao produtor de batata.
Paula Borrego – Presidente do Conselho de Administração