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Da Terra à Mesa – Hortapronta – Hortas do Oeste, SA

De forma a dar a conhecer mais um sócio da Porbatata nesta edição da newsletter da Porbatata, fomos até Atouguia da Baleia e mantivemos uma agradável conversa com o Srº José Artur Vala, um dos fundadores, dinamizador e atual da Presidente da Hortapronta SA.  Reconhecida como Organização de Produtores de Hortícolas, a Hortapronta é um nome de referência na horticultura da zona Oeste, não só ao nível nacional como também internacional.

Porbatata: Como começou a sua relação com as batatas? E como surgiu a HortaPronta?
HortaPronta: Eu nasci em 41 e em 47 já o meu pai tinha um camião, e embora tivesse uma loja também era sapateiro, mas eu posso dizer que me nasceram os dentes a comer batatas. Em 61 começamos a fazer os mercados da Malveira e Vila Franca de Xira. Em 64/65 comecei a fazer o mercado do Porto e arredores e Viana do Castelo em 69/70. Fazíamos os mercados onde sentíamos que dava para fazer mais dinheiro. As batatas produzidas na zona Ferrel vinham 15 dias a 3 semanas mais cedo, de uma zona privilegiada, depois um pouco mais tarde vinham as da zona da Atouguia da Baleia. Em 71 com o meu pai e o meu cunhado, formamos a empresa Tiago Dias Vala e Outros na qual nos mantivemos a trabalhar até 88. Depois formamos a Hortapronta com o 1º projeto em 89. Fizemos a escritura no dia 25 de Abril de 1990.

Porbatata: Que tipo de produtos são comercializados pela HortaPronta? Quais são os Vossos principais mercados/clientes?
Hortapronta: Fazemos entrega direta em armazéns na zona da Povoa de Varzim, mercados abastecedores de Lisboa – MARL (2 boxes), do Porto – MAP e Coimbra – MAC, grandes superfícies, armazéns de retalho e exportação. Exportamos diretamente para Alemanha, França, Holanda, Polónia, Rep.Checa, Espanha, Suíça, Itália e indiretamente para Angola e Cabo Verde. Comercializamos praticamente todos os produtos hortícolas frescos dos nossos produtores, batata, cenoura, couves, aboboras, alho francês,  cebola, …, quando não existe produção suficiente para satisfazer as necessidades, recorre-se a outros produtores.

Porbatata: Quais as perspetivas de futuro para a Hortapronta e para o sector da batata?
Hortapronta: Em termos de dificuldade nunca tive tanta dificuldade em ganhar dinheiro como agora. A concorrência, os elevados custos de produção, certificações, os preços de mercado, faz com que seja um sector difícil. Há empresas com estruturas mais leves e com muito menos despesas associadas que conseguem preços mais competitivos. No sector da batata depende muito do exterior, temos uma janela de oportunidade que nos permite mais 5 ou 6 cêntimos/kg, no entanto nas últimas campanhas tem vindo a reduzir, no ano passado ainda exportamos alguns contentores, mas este ano nem um.

Porbatata: O que espera de uma Associação como a Porbatata?
Hortapronta: Espero que consiga que haja entre todos os operadores união e vá para a frente. Não é fácil, porque existem operadores que não tem esse espírito. Tem de haver responsabilidade por parte da Porbatata de forma a conseguir também um equilíbrio entre os supermercados e os operadores.