Porbatata: Como começou a sua relação com as batatas?
“Com 13 anos comecei a trabalhar numa oficina de pneus, depois na construção civil e com 17 anos tornei-me soldador na construção naval. Foi onde trabalhei até aos meus 25 anos. Entretanto, a empresa passava por uma situação difícil e houve uma falha de um pagamento de ordenado e foi aí que decidi começar a vender batatas e outros produtos para não faltar a comida na mesa. Comprava aos produtores da região e vendia nos mercados abastecedores de Lisboa, Setúbal e a quem me comprasse. Também vendia porta a porta. O negócio foi crescendo, até que em 1990 senti necessidade de construir um pequeno armazém e assim dar início à Manuel Patrício, Lda. Atualmente, conto com cerca de 30 colaboradores e com o apoio das minhas filhas que souberam abraçar o meu projeto e dar continuidade ao trabalho que comecei.
Porbatata: Que tipo de produtos são comercializados pela Manuel Patrício? E Quais são os vossos principais mercados/clientes?
Concentrando como atividade principal a comercialização de batata e cebola embalada para o mercado retalhista, nos últimos anos a empresa tem por objetivo consolidar a sua posição no mercado através da extensão da comercialização de produto nacional durante o maior tempo possível ao longo do ano. Estando restringidas as colheitas a pouco mais do que 6 meses por ano, a empresa tem vindo a apostar em variedades com boa capacidade de conservação e aumentando a sua capacidade de armazenagem através da ampliação de câmaras de conservação. “Para concretizar o meu objetivo de comercializar produto nacional durante quase todo o ano, planeio, ainda antes de me reformar, a construção de mais 50.000 m3 de frio para armazenar batatas e cebolas”. Atualmente a empresa já conta com 8.000 m3 nas instalações existentes e 21.000 m3 nas novas instalações.
Exportamos também uma parte da produção nacional de batata para vários países europeus que procuram e valorizam a qualidade do que é produzido nesta região.
Porbatata: Quais as perspetivas para o sector da batata?
Explica Manuel Patrício que “é fundamental apostar na produção nacional e incentivar o consumo de um produto que está desde sempre presente na mesa dos portugueses.” Devemos acompanhar as exigências do mercado, apostando em produtos de valor acrescentado. Se o consumo tem diminuído em detrimento de outros alimentos, cabe-nos a nós todos enquanto intervenientes na cadeia, promover e modernizar o setor, indo ao encontro das expetativas do cliente.
Porbatata: O que espera de uma associação como a Porbatata?
O que espero da Porbatata é que continue a trabalhar por forma a fortalecer a coesão entre todos os intervenientes no setor com vista ao principal objetivo que todos temos em comum: Promover a batata, desta forma, todos os associados sairão beneficiados.
Manuel Patrício, Gerente da Manuel Patrício – Produtos alimentares, Lda.