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 EPITRIX SP.  – Como controlar a praga

O Epitrix papa é um pequeno coleóptero crisomelídeo pertencente à família das álticas ou “pulguinhas”. É uma espécie exótica, tendo sido identificada em Portugal pela primeira vez em 2008.
O Epitrix cucumeris foi outra espécie também identificada, que apresenta uma morfologia e biologia semelhante ao Epitrix papa (Figura 1), mas cujos estragos nos tubérculos não são conhecidos.
As larvas causam estragos nos tubérculos, formando galerias sinuosas (Figura 2), contribuindo para a desvalorização comercial da batata.

                                       
Figura 1 – Epitrix papa                              Figura 2 – Estragos no Tubérculo

Dando seguimento à deteção das duas espécies de Epitrix na cultura da batateira em Portugal, foi aprovada a Decisão da Comissão 2012/270/EU, sobre medidas de emergência contra a introdução e a propagação tanto no país como no restante território da União Europeia livre deste organismo através da comercialização da batata (consumo ou semente). A Divisão mencionada anteriormente, entretanto foi alterada pelas Decisões de Execução 2014/679/UE, 2016/1359/EU e 2018/5/EU.
O controlo desta praga baseia-se fundamentalmente numa estratégia preventiva, cujo objetivo é o de impedir o repouso de adultos hibernantes, reduzindo a população de um ano para o outro.
Assim e com vista a controlar precocemente o aparecimento da praga nos campos de produção de batata, deve-se proceder à monitorização das bordaduras das parcelas, de modo a visualizar sintomas da presença de adultos em plantas e infestantes tais como figueiras do inferno, erva moira e proceder à deteção de sintomas nas folhas das batateiras (Fig. 3 e 4).

           
 Figura 3 e 4 – Estragos nas folhas

Uma outra estratégia de luta é através da utilização de medidas culturais que diminuam a propagação da praga, como sendo a rotação com culturas não solanáceas, a limpeza dos campos,  a eliminação de restos da cultura de batata e infestantes no final da cultura e o  método equivalente à escovagem/lavagem para remoção de terra aderente aos tubérculos, numa tolerância de 0,1%, uma vez que, de acordo com o seu ciclo biológico, esta praga é disseminada fundamentalmente através de terra agregada aos tubérculos.
Outro método de controlo é a luta química, quando se evidencia a presença de grandes populações e o recurso à luta cultural não está a ser suficiente, podendo-se recorrer a tratamentos com produtos inseticidas homologados para o efeito, como sendo as substâncias ativas acetamiprida e a tiaclopride.
O Controlo dos Serviços oficiais é feito junto da DRAP através do Registo oficial de produtores ou Organização, do Registo oficial de campos, da Inspeção dos campos pelos serviços oficiais e do uso do Passaporte fitossanitário.
No que concerne à emissão do Passaporte Fitossanitário foi emitido o Ofício Circular 31/2019 de 06 de dezembro com os esclarecimentos adicionais ao anterior Ofício circular 29/2018, que contempla as alterações aplicáveis à emissão do Passaporte Fitossanitário (PF) a partir dia 14 de dezembro de 2019.
Anexamos o modelo de passaporte fitossanitário, estabelecido no referido ofício, que pode servir de exemplo para ser aprovado pelos serviços oficiais, de acordo com a nova legislação (Fig 5).

                                                       

Figura 5 – Para circulação no território da União                 Figura 6 – Batata isenta de Epitrix

Finalmente, e como controlo adicional, recomenda-se a limpeza dos veículos utilizados no transporte de batatas para a central ou outros locais de receção de batata.
Com todas estas estratégias implementadas, é de realçar que o controlo da praga Epitrix sp. tem sido bem conseguido nos últimos anos, onde os impactos verificados pela presença da praga são nulos (Fig. 6).

Lurdes Almeida, Técnica da Torriba e Membro do CTC da Porbatata