Language switcher

Simpósio de Agricultura Biológica e a Batata

Decorreu no passado dia 8 de Março no CNEMA o Simpósio “Agricultura Biológica, Uma aposta hoje e para o futuro” organizado pela Agrobio, a Revista Frutas e Legumes e a Nutrisapec.
A Agricultura Biológica (AB) surge como resposta da tomada de consciência dos produtores e consumidores mais informados, para uma alimentação mais saudável, sustentável e amiga do ambiente. Sendo pouco consensual a AB divide opiniões.  Mentalidades céticas ou defensoras deste modo de produção, todos de um modo geral são unanimes em reconhecer que os produtos assim produzidos, apresentam um nível de segurança alimentar superior à agricultura convencional.
Em franco crescimento nos últimos 30 anos, a área mundial dedicada à AB, situa-se atualmente nos 51 milhões de hectares, representando 1,1 % da SAU (Superfície Agrícola Útil). Na Europa representa cerca de 11% da SAU, com 5 milhões de hectares. Em Portugal serão perto dos 250 000 hectares.  Sendo que as pastagens e forragens ocupam cerca de 78 % da área total, as culturas hortícolas (nas quais se inclui a batata) nem chegam a 1% da área de AB em Portugal.
Tal como no convencional, também mais de 50 % da batata biológica consumida em Portugal, não é produzida em solo Português.
O Engº Jaime Ferreira, Presidente da Agrobio manifestou forte preocupação, na quantidade de produtos biológicos importados por Portugal, referindo que é urgente mudar esta situação, permitindo que também agricultores já considerados não jovens possam vir a instalar-se com incentivos.
Para o aumento da produção muito poderá contribuir a Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica, apresentada pela Engª Cristina Hagatong da DGADR, que acenta em três eixos fundamentais, a Produção, a Promoção e Mercados e a Inovação conhecimento e difusão de informação. Estas ações visam fomentar a expansão e aumento da área de AB, promover os produtos, encontrar novos mercados e implementar formas tecnicamente inovadoras, aumentando a informação e o conhecimento.
O incentivo ao associativismo, à organização da produção como forma de se tornarem competitivos, de ganhar escala não só nos mercados nacionais, mas nos internacionais também, foi a mensagem deixada pela Diretora Regional da DRPLVT, Drª Elizete Jardim no encerramento do Simpósio.
Considerada como um nicho de mercado e direcionada ao consumidor mais informado, conhecedor da alimentação saudável e responsável para com o meio ambiente a AB, poderá não ser a solução para alimentar o mundo, poderá não resolver todos os problemas ambientais, mas será um grande contributo para o equilíbrio ambiental e agronómico futuro, promovendo a saúde dos consumidores.
Para o agricultor dedicado poderá ser uma opção rentável, pois as optimas condições edafo-climáticas do nosso país, permitem obter produtos de excelência, de sabor mais intenso, mais genuíno, mais fresco, mais saudável, nutricionalmente mais equilibrados e mais amigos do ambiente.