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Estudo revela perdas de 55 milhões de euros na produção de batata com a redução de fitofarmacêuticos

No dia 11 de setembro de 2025, durante a Agroglobal, a CropLife Portugal apresentou o estudo “Impacto da Redução de Soluções Fitofarmacêuticas 2025 – Que Futuro para a Agricultura?”, desenvolvido pela Agroges, que analisou as consequências económicas e sociais da retirada de substâncias ativas essenciais à agricultura.

Os resultados revelam um cenário preocupante para a cultura da batata em Portugal, com perdas médias estimadas em 55 milhões de euros e quebras de produtividade que podem atingir os 60%, sobretudo nas regiões de Setúbal, Ribatejo e Oeste, caso não sejam implementadas medidas eficazes de mitigação.

Durante a mesa-redonda, António Gomes, presidente da Porbatata, destacou que a cultura da batata não está perdida, mas sim em fase de transformação, defendendo a necessidade de preparar o setor para os desafios futuros. Recordou que a Política Agrícola Comum (PAC) nasceu no pós-guerra para garantir a soberania alimentar da Europa e alertou que a falta de alimentos pode ser usada como arma de guerra. Nesse sentido, sublinhou a importância de Portugal e da Europa não se colocarem numa posição de dependência alimentar, devendo assegurar a continuidade e a competitividade da produção nacional.

O debate, moderado por João Cardoso, Diretor Executivo da CropLife Portugal, contou com um painel alargado de oradores que representaram diferentes fileiras agrícolas e setores estratégicos. Estiveram presentes Ana Paula Garcia, Subdiretora-Geral da DGAV, Domingos dos Santos, Presidente da FNOP, Gonçalo Escudeiro, Vice-Presidente da FNOP, Jorge Neves, Presidente da ANPROMIS, e Maurício Marques, Presidente da CAPes, que, em conjunto, trouxeram perspetivas diversificadas sobre os impactos que estas restrições poderão ter no futuro da agricultura nacional.

Cada interveniente partilhou a visão da fileira que representa, abordando temas como a necessidade de soluções inovadoras, a importância de acelerar a aprovação de novas substâncias e tecnologias, e o papel fundamental da investigação para garantir a sustentabilidade produtiva e ambiental. O painel permitiu evidenciar que este é um desafio transversal a todas as culturas agrícolas, reforçando a urgência de políticas públicas equilibradas que conciliem proteção ambiental, segurança alimentar e viabilidade económica.

O evento constituiu um momento de reflexão estratégica e diálogo entre produtores, indústria e entidades públicas, sublinhando que a redução das soluções fitofarmacêuticas deve ser acompanhada por alternativas eficazes, garantindo que Portugal mantém a sua capacidade produtiva e competitiva, com a fileira da batata a assumir um papel de destaque neste debate.